Desde o início que sabemos que a fotografia não é apenas um instante resgatado do mundo fixando-o numa impressão lumínica. O real é indiciado, captado e apresentado ao observador, ou como argumentou Fox Talbot, a fotografia, apesar da sua verosimilhança com o real, não é uma simples cópia vitoriosa face à tradição da pintura, um fragmento de um espaço no tempo, é um desenho da natureza. A emoção e o sujeito ocupam assim o espaço libertado pela crítica à fundamentação de prova. Hoje, a inteligência emocional é vista como parte crítica de qualquer documento e passou a constar na leitura das suas motivações e objectivos. Este projeto fotográfico recupera o tema da melancolia, procurando um confronto entre homem e mundo, entre o ser e a experiência de ser a partir de um entorpecimento de sentidos, focando-se, exclusivamente, na Estrada Nacional enquanto espaço de representação fotográfica.