Este projeto nasce da minha apreensão quando ao desaparecimento da aldeia onde cresci. A reflexão relativa ao território físico e económico foi uma escolha estimulada, e agora documentada, pelas evidências visuais da desaceleração, abandono e decadência, que se demonstram pelas peculiaridades do quotidiano. É uma aldeia pacata sem grandes progressos e ambições, por essas razões as gerações mais jovens tendem a partir. Deste modo, é notório que o discurso das imagens presentes no projeto (foto-livro) vagueiam entre campos antagónicos, como o abandono, destruição e tentativas conservação.

Atualmente resido maioritariamente o meu tempo em Lisboa, e este afastamento proporcionou-me o desejo de trabalhar esta matéria com uma perspetiva distinta àquela que teria se habitasse integralmente, outra vontade é a materialização da minha memória afetiva e relação com o lugar.