



O território é transversal e a incapacidade da relação entre passado e presente cria várias versões de um só momento, assim como a memória. Ter memórias é criar ficções que entram em mutação pelo percurso natural da nossa existência. Sou originária de um meio rural cada vez mais varrido por migrações sucessivas. Aqueles que aqui nascem, continuam a crescer noutro lugar, sempre com um contrato de retorno à sua origem. Neste território ficam pais e avós e o eventual resistente e constroem o que será herdado pelos filhos. No entanto, que tipo de legado deixa alguém da minha geração?