Partindo de uma fotografia de paisagem, decidi começar por fotografar o exterior, no sentido de responder ao tema da imagem escolhida. Este exterior correspondia a um espaço rural, aproximando-se da referência: uma fotografia quase aérea de um território aparentemente composto por vegetação, sem edifícios.

Da recolha de várias fotografias e do acompanhamento do docente, chegou-se à possibilidade de manipulação digital das imagens, para uma composição que correspondesse à referência. Começou-se por enquadrar a fotografia comprada (digitalizada) no enquadramento das fotografias, aparecendo neste “camuflada”.

A materialidade desta fotografia foi tida em consideração: tratando-se de um objeto antigo, as marcas de desgaste do papel fotográfico foram transpostas para as novas montagens, assim como as “bordas brancas” em algumas das experiências.

A sequência final resultou em pares de experiências específicas, mas com pontos em comum.
O primeiro par, serve-se de uma fotografia de paisagem mais próxima da referência, embora num ponto de vista próximo do chão. A montagem consistiu na sobreposição de metade da composição da referência, levando a uma imagem final próxima de um ambiente onírico ou surreal.

O segundo par, seria uma árvore que serve o propósito de uma “cortina”, que esconde a paisagem, correspondente à referência escolhida. Desta, foi apropriada a questão do monocromático, fazendo uma oposição entre o primeiro plano e o restante, bem como as “bordas brancas” do objeto fotográfico.
No terceiro par, de um ponto de vista mais elevado, captura-se os espaços mais próximos de um espaço suburbano ou de um terreno baldio, com acumulações de objetos abandonados. A imagem sobrepõe-se em elementos de cimento presentes na composição.