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“Partir por todos os dias” de José Maçãs de Carvalhos é um projeto artístico em livro que nos permite imergir numa viagem fascinante por diversos lugares e múltiplos significados. No universo da fotografia e através de uma narrativa não linear, o autor convida a libertar-nos do instante do tempo e a explorar a riqueza multifacetada do mundo contemporâneo e as suas contradições, lugares e culturas através de uma nova consciência poética.

Podemos falar de viagens porque o projeto cria um olhar alternativo ao que é contingente, um “inner state” e uma razão para ver e compreender o mundo através de um outro olhar. Como o autor explica: “(…) porque fui de um ponto para outro nos intervalos do quotidiano: falo do final dos anos 90. Outras (anos 2000) foram feitas em trânsito da Europa para a Ásia, como quem regressa a uma outra casa, sem estranheza.”

Um trabalho que nos convida a ler e a decifrar as imagens e, com elas, fazer sentido do que se está a observar, construir uma visão pessoal do real e ir para além do simples reconhecimento das circunstâncias. Desta forma, é um antídoto significativo em relação à saturação imagética da contemporaneidade alimentada pelosdiferentes media e redes que interagem com o imaginário coletivo, onde a moda, a publicidade, e os produtos regulam o peso dos artefactos e do comportamento humano.